O que eu achei da série da Isabella Nardoni (Opinião pessoal - SEM SPOILER)

setembro 11, 2023


Nas ultimas semanas lançou na nossa querida Netflix um novo documentário baseado em fatos reais (e em crimes reais) que a maioria de nós gostamos bastante assistir. Você já deve saber de qual estou falando, e sim, é sobre o documentário do caso Isabella Nardoni. 

Irei tecer alguns comentários com a minha opinião sobre o documentário e alguns pontos jurídicos que acho importante mencionar. Então, se você já assistiu a série poderá ter uma perspectiva diferente sobre a obra e se não assistiu poderá ter boas razões para assistir.

Primeira coisa é que este foi um dos primeiros casos criminais que marcaram a minha memória junto com o Caso Eloá, pois ambos aconteceram no ano de 2008 e pude acompanhar na TV e Internet já com a curiosidade jurídica e forense em desenvolvimento.

Outros casos me marcaram também como o da Suzane Richthofen, porém, este foi em 2002 e tenho pouquíssimas recordações da época, assim como o da Elize Matsunaga que foi um pouco mais recente (2012), então os casos Nardoni e Eloá são os mais marcantes para mim.

O caso Nardoni, e isso é bem representado no documentário da Netflix, nos demonstra a importância da proteção das crianças e adolescentes, assim como, o quanto elas são vulneráveis. Isabella era uma menina com todos os atributos de uma criança exemplar e pode-se perceber isso com os depoimentos dos familiares no documentário.

A partir disso é importante refletir um pouco sobre o sistema de justiça familiar onde os casais se divorciam e definem a guarda dos filhos, visitas etc.

Outro fator legal é que o documentário é feito diretamente com os familiares de Isabella que prestam seus depoimentos para a obra da Netflix, expressando o que sentiram e o que sentem com todo o acontecimento. Além dos familiares, tem a participação do delegado, promotor, juiz, advogado, perito e outros personagens que participaram da investigação e do julgamento.

Do ponto de vista geral, achei o documentário bastante esclarecedor para quem queria saber um pouco mais sobre os desdobramentos do caso, a versão dos familiares e dos demais envolvidos (com exceção dos réus que não participaram), como eles estão hoje em dia e como aconteceu o julgamento na época. 

Do ponto de vista jurídico, achei que deixou um pouco a desejar, pois seria possível demonstrar com mais riqueza de detalhes os depoimentos que foram dados dentro do processo, assim como no documentário da Elize Matsunaga e  da série da Suzane Richthofen. Nesse aspecto acho que poderia ter sido melhor.

Ainda, no contexto jurídico, acho que um trecho do documentário poderia anular o julgamento com uma revisão criminal. Explico.

Para quem gosta de Tribunal do Júri, sabe que os jurados são incomunicáveis durante o julgamento e também não podem ser influenciados por manifestações emocionais da plateia que assiste, testemunhas etc.

Em certo momento do documentário foi entrevistado um jurado que disse que a noite quando eles estavam isolados em seus quartos para dormir, era possível escutar o choro e o desespero da mãe de Isabella, que também estava isolada e dormindo próximo por ser uma testemunha do caso. O jurado salientou ainda que o choro foi bastante comovente.

No meu entender, do ponto de vista técnico, essa declaração do jurado é fato novo que deveria anular o julgamento através de uma revisão criminal.

Se você gosta ou tem interesse de saber mais sobre o Tribunal do Júri, tem alguns vídeos sobre este assunto lá no canal, clique aqui para conferir.

Esse foi um apanhado geral do que achei sobre este documentário, se é do gênero de conteúdo que você gosta vale a pena assistir, depois vai lá no meu Instagram e me contra o que você achou.

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