Como construir confiança e autoridade no início da carreira jurídica

setembro 10, 2025

 


Iniciar a carreira na advocacia é, para muitos, uma travessia marcada por insegurança e dúvidas. A faculdade de Direito entrega a teoria, mas a realidade forense exige algo a mais: segurança, clareza, postura e, sobretudo, autoridade profissional. Esse processo, no entanto, não se constrói do dia para a noite. É preciso método, dedicação e, acima de tudo, coragem para se expor.

O primeiro ponto é a comunicação. Saber a lei é uma obrigação, mas saber comunicá-la é o que diferencia um advogado respeitado de um advogado esquecido. A audiência não é um palco para recitar artigos de lei de forma mecânica, mas sim um espaço de persuasão. Uma sustentação oral bem feita, uma redação jurídica clara ou até mesmo uma reunião conduzida com firmeza podem transformar a percepção que colegas, magistrados e clientes têm de você. Um jovem advogado que se comunica com clareza transmite a impressão de maturidade profissional, ainda que esteja nos primeiros anos de carreira.

Outro aspecto essencial é dominar os procedimentos práticos. A insegurança de muitos recém-formados não vem da falta de conhecimento jurídico, mas da falta de familiaridade com o trâmite processual. Saber como protocolar uma petição, quais são os prazos mais sensíveis, como funciona o sistema eletrônico do Tribunal: tudo isso parece detalhe, mas na advocacia o detalhe pode custar um processo, e, pior, a confiança do cliente. Preparar-se tecnicamente é, portanto, um ato de responsabilidade e também de autoconfiança. Quem sabe o caminho não se perde no trajeto.

A construção da marca pessoal também não pode ser negligenciada. No mundo atual, a autoridade se constrói não apenas no tribunal, mas também no espaço digital. Um advogado que escreve artigos, produz vídeos ou comenta casos jurídicos relevantes demonstra não só conhecimento, mas disposição em partilhar esse conhecimento. Isso, aos olhos do mercado, significa autoridade. É claro que a exposição traz receios: o medo de críticas, a sensação de que ainda não se sabe o suficiente. Mas justamente esse movimento de se colocar no debate é o que acelera o amadurecimento profissional.

Relacionamentos também são um pilar inegociável. A advocacia é feita de pessoas, e a forma como você se relaciona com colegas, magistrados, servidores e clientes pode abrir ou fechar portas. A cordialidade, o respeito e a ética são lembrados tanto quanto a habilidade técnica. Muitas vezes, o respeito de um juiz ou a parceria de um colega de profissão se conquistam não apenas pela qualidade da peça processual, mas pela postura diante das situações mais tensas. É nesses momentos que se revela quem realmente tem autoridade.

Por fim, é preciso compreender que o tempo é aliado, e não inimigo. Autoridade não é algo que se decreta, mas algo que se conquista, dia após dia, audiência após audiência, petição após petição. A cada processo, a cada cliente atendido, o jovem advogado se torna menos inexperiente e mais sólido. A confiança nasce do enfrentamento das dificuldades, e não da ausência delas.

O início da carreira é turbulento, é verdade. Mas é justamente nesse momento que se formam os alicerces da confiança e da autoridade que acompanharão o advogado por toda a vida profissional. Cabe a cada um decidir se esse tempo será marcado pelo medo ou pela coragem de aprender e se posicionar.

No fundo, a advocacia é um ato de fé: fé no estudo, fé no trabalho e fé no próprio caminho. E quem planta essa confiança desde cedo colhe, com o tempo, não apenas reconhecimento, mas também a realização de exercer uma profissão que exige, acima de tudo, coragem e convicção.

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